O que as EQM’s revelam?
Apesar dos inúmeros estudos sobre a existência das EQM’s, não existem factos científicos que comprovem a razão das mesmas ocorrerem. Por isso, os mais céticos tendem a denominar estes acontecimentos por alucinações. Uma única conclusão a que todos chegam é que se pode descrever uma EQM como a transição entre o estado mental de estarmos vivos e o estado mental em que nos apercebemos que estamos mortos. Mas as Experiência de Quase Morte têm revelado que:
1º O corpo físico deixa de funcionar. A pessoa, apesar de ficar desnorteada no início, acaba por perceber o que lhe aconteceu e inicia a viagem;
2º O mundo físico desaparece. Dá uma sensação de flutuação e de afastamento dos lugares familiares. Esta situação pode ser descrita como experiência fora do corpo, a pessoa vê os seus familiares junto ao corpo físico e muitas vezes as tentativas de reanimação dos médicos;
3º Presença de uma luz intensa que invade todo o quarto – nesta situação a pessoa tem uma perceção que essa luz, não dolorosa, identifica algo bom, uma espécie de eternidade, de um céu;
4º A pessoa sente-se mais leve, sem limites, com uma sensação de tranquilidade que pode incluir paz, aceitação da morte e conforto perante a mesma;
5º Tudo aquilo que se entende deixa de fazer parte do mundo físico, dependendo da sua religião, a pessoa vai sentir-se mais próxima de um mundo espiritual em que pode existir uma definição mais concreta de céu e de inferno;
6º Sente-se uma presença espiritual, alguém que comunica connosco e que nos guia. São os chamados “seres da luz” que podem ser anjos, guias, Deus ou familiares já falecidos que estão ali para ajudar na ascensão. Estes seres divinos normalmente estão no fim do túnel escuro, como se esse mesmo túnel representasse a passagem definitiva para um novo mundo;
7º A personalidade e a memória tornam-se difusas, contudo a perceção do “eu” continua vincada;
8º A pessoa sente que chegou a um outro patamar da sua existência.
9º A pessoa comunica com os outros seres. Durante os relatos os pacientes descrevem que ouviram uma voz a ordenar para voltar ao seu corpo ou outras que indicam que foram convidadas a escolher entre seguir para a luz ou voltar para a sua vida terrena. Normalmente identificam essa voz como sendo Deus, visto que é masculina e cheia de compaixão.
10º Nessa experiência a pessoa vê a vida inteira diante dos seus olhos e quando regressa ao corpo físico, a visão geral e a atitude perante a vida mudam radicalmente.
Afinal, existirá maiores probabilidades de uma determinada pessoa ter uma EQM face a outra? Uma análise estatística nos Estados Unidos na década de 70 feita a mais de 100 indivíduos que passaram por uma EQM, revelou que as crenças religiosas prévias, os conhecimentos prévios destas experiências e as culturas em que estavam inseridos, não tinham um efeito considerável na probabilidade de se ter uma EQM.
Pesquisas sobre as Experiência de Quase Morte
Os primeiros estudos nesta área foram introduzidos pela ciência a meio dos anos 70. Até então, as EQM’S eram vistas como pertencentes ao campo da religião e da filosofia.
O interesse nos estudos do cérebro face a uma EQM começou com a publicação do livro “Life After Life “ (Vida Depois da Vida) pelo médico americano Ray Moody. Neste livro, Moody referiu mais de 150 depoimentos de pacientes que passaram por esta experiência e todos eles descreveram situações semelhantes apesar de nem sequer se conhecerem. Com o avanço nesta área, surgiram inevitavelmente casos em que os pacientes associavam uma EQM a alucinações, ou no pior dos cenários, a invenções de uma cabeça num estado deplorável.
Anos mais tarde, o Dr. Pim Van Lommel, um cardiologista holandês de renome, realizou um estudo prospetivo nesta área e concluiu que os pacientes tinham uma EQM após a atividade cerebral ter cessado e antes de terem ressuscitado. Esta conclusão deixou-o completamente surpreendido e entendemos o porquê, um homem da ciência a constatar que muito depois do cérebro ter parado de funcionar, o paciente relatar experiências vividas e conscientes. O estudo quando foi publicado lançou um grande aparato, pois para muitos ter de acreditar que podemos experienciar alguma coisa depois do relógio cerebral parar, parece impossível.
Uma outra pesquisa liderada por um dos grandes investigadores nesta área, Kenneth Ring em 1977 enfocou o efeito de uma EQM sobre a vida da pessoa. Ring experienciou relatos de um grande número de pessoas que afirmam que após a sua EQM adquiriram autoconfiança e tornaram-se mais extrovertidos e com maior alegria de viver. Ou seja, concluímos que os níveis de autoestima essenciais para o relacionamento connosco próprio e em sociedade foram influenciados positivamente. Neste estudo Ring concluiu que houve um aumento do propósito e apreciação da vida, da compaixão, da paciência e da compreensão, assim como uma sensação geral de força pessoal. Neste mesmo estudo, um pequeno número de indivíduos relatou sensações de medo, depressão e persistência no temor pela morte. Este investigador também verificou que quem passa por uma EQM tende a ter um aumento do senso de sentimentos religiosos e de crenças num mundo espiritual, comandado por um ser superior cheio de amor e benevolência.
Um caso português de vida depois da morte!
João, 37 anos, esteve entre a vida e a morte no Hospital são João, no Porto, quando ainda era muito jovem, com apenas 15 anos. Foi-lhe prescrito um antibiótico ao qual ele era extremamente alérgico. Quando deu entrada no hospital o quadro clínico não era nada favorável. Apresentava níveis de toxicodermia bastante elevados, pois os seus órgãos não estavam a conseguir processar o químico do medicamento. “Não me lembro como fui levado para o hospital”, conta “sei que foram os meus pais que me socorreram mas a minha memória dessas horas funciona como pequenos flashes. Lembro-me de me terem deitado numa maca, de ter ido até às urgências mas não me lembro de mais pormenores. A minha vista estava turva e a única coisa que sentia era uma dor dilacerante que percorria todo o meu corpo e vinha acompanhada de um fogo que ardia e que me consumia por dentro. Foi horrível”. O que aconteceu na sala das urgências, apesar de só se lembrar através de alguns flashes, é claro para João “lembro-me da dor, essa não me deixava por nada deste mundo, mas de repente era como se fosse duas pessoas diferentes. Senti-me bem, a flutuar e a dor começou a diminuir. Pensei logo que, fosse o que os médicos estariam a fazer, estava a resultar. “ De repente essa dor voltou com uma intensidade inimaginável. Ainda hoje não consigo descrever a dor que senti. Era como se me arrancassem todos os membros ao mesmo tempo que o meu corpo era consumido pelo fogo. “ Foi aí que João se apercebeu que o seu sofrimento estava a ser acompanhado por alguém, ou por alguma coisa “ Comecei a comunicar mentalmente com um ser envolto numa luz muito brilhante. Não sei como percebi visto que não estava a usar quaisquer palavras mas a verdade é que automaticamente me apercebi que já não sentiria mais a dor se aceitasse deixar de vez o meu corpo físico. E assim escolhi. E essa dor abrandou permanentemente. E senti uma paz tão grande que pensei logo que finalmente podia regressar a casa para perto dos meus pais e amigos. Finalmente o suplício tinha terminado.” João termina o relato com o regresso ao seu corpo físico e a espiritualidade no qual se sente envolvido desde então: “não sei como regressei ao meu corpo. Acordei com algumas dores mas as lágrimas começaram a escorrer pela minha cara. Estava vivo e apesar da minha memória confusa, sei que o que me aconteceu não foi retirado de um filme ou da minha imaginação. Deus deu-me uma segunda oportunidade para viver e é essa que estou a aproveitar ao máximo.”
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Famosos e a luz ao fundo do túnel
Jane Seymour
A atriz Jane Seymour que quase morreu aos 36 anos, devido a uma crise alérgica provocada por uma injeção de penicilina, diz ter estado do outro lado. “Abandonei o meu corpo e pude ver-me a mim mesma na cama, com os médicos ao meu redor a tentar reanimar-me. Era como se eu estivesse a flutuar. Senti-me leve, queria dizer-lhes que podiam parar que eu estava bem mas nenhum som saia da minha boca. A única coisa em que conseguia pensar é que eu não queria morrer, não estava pronta para deixar meus filhos.”
Elizabeth Taylor
Esta atriz, hoje já falecida, partilhou a sua experiência no famoso programa americano Larry King. Foi em1959, durante os cinco minutos em que foi considerada morta numa mesa de cirurgia, que ela se encontrou como o espírito de Michael Todd, o seu falecido terceiro marido que perdeu a vida num acidente de avião no ano antes do acontecido. Nesse breve encontro, Michael disse-lhe para regressar à vida e cumprir a missão que lhe faltava. Com receio de ninguém acreditar nesse seu relato, Elizabeth não falou deste assunto durante diversos anos até que se envolveu na Luta Contra a Sida e decidiu utilizar a sua história, recheada com uma mensagem de paz e de reconforto para confortar os pacientes terminais.
Donald Sutherland
Em 1979, este ator teve uma Experiência de Quase Morte, após ter contraído uma meningite. Ele contou que viu o seu corpo flutuar quando estava em coma e à sua volta estava uma luz azul-clara, tendo se visto mais tarde a flutuar por um longo túnel. Porém, de repente voltou ao seu corpo e os médicos confirmaram que durante alguns segundos, Donald esteve em morte clínica.
por Maria Helena